Foto da primeira urna utilizada no Brasil, afrente do modelo atual. |
De dois em dois
anos o cidadão brasileiro tem o dever de ir às urnas para escolher os
governantes do seu país, estado ou cidade. Sabe-se também que além no período
eleitoral temos que passar por uma época de troca de farpas e muitas falácias, onde
os candidatos têm o direito legal de divulgar as suas propostas e alfinetar os seus
concorrentes diretos. Só que neste ano, existe um novo chamariz nas eleições, o
extenso número de candidatos filhos de políticos.
A nova geração de
candidatos para prefeito e vereador na Região Metropolitana do Recife está
abarrotada de jovens políticos que jamais apareceram ou despontaram em
movimentos políticos e que, graças aos nomes dos pais, estão conseguindo algum
espaço. Não é raro ver nas ruas de Recife e Olinda cartazes com fotos dos
candidatos com políticos famosos á tira-colo lhes passando alguma
credibilidade. Porém, torna-se
alarmante a quantidade dos preteridos a cargos políticos ao lado dos seus pais.
O que se vê nos
discursos destes jovens são palavras que parecem copiadas das páginas amareladas
um dia lidas pelos seus progenitores, até mesmo a postura e o temperamento
tendem a ser copiosos. Esta postura visa conquistar o eleitor que um dia votou
nos antecessores, gerando comentários do tipo “a política está no sangue dele
(a)”, “já cresceu no meio”, ou simplesmente “é a cara do pai”, fazendo dos
filhos “a sua imagem e semelhança”!
Este sistema dá a entender
que a política local não está se renovando, mais só está substituindo rostos
enrugados por simpáticos jovens que cultuam, compartilham e usufruem de velhas ideologias,
como novas marionetes para velhos ventríloquos.
Como eleitor, fico
com uma sensação estranha de que a minha cidade é administrada como uma fazenda
no Japão medieval, onde os clãs passavam as suas terras às próximas gerações, ou
os cafezais da época colonial no Brasil, onde os fazendeiros passavam as terras
para os seus filhos primogênitos.
Cristiano Marques
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