segunda-feira, 11 de julho de 2011

Condenação



Desprovido de louvações
E de menções significativas
Busco um termo nas orações
Onde as palavras estejam vivas

Em um amanhecer doentio
Quando o vazio pinta o horizonte
Saboreio o eterno fastio
Sob o leito do rio Aqueronte

Numa constelação esquecida
Vejo a vida do meu purgatório
Arrastada e despercebida
Por um sentido azul e ilusório

E o sol que não me aparece
Nem reconhece a minha fissura
De uma alma que ainda perece
E se esquece da prece mais pura

Cristiano Cabral Marques

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