quarta-feira, 6 de julho de 2011

Monólogo sobre o amor

O meu amor é um fruto podre
Disfunção fotossintética
Nascido sem dor nem ética
Vindo de um coração pobre

Onde o odor do nascimento
É um pensamento estarrecido
Sobre um tal desconhecido
E esquecido sentimento

Esquálido e inconsciente
É o meu verbo solitário
Longe do destinatário
Só que ainda presente

E se as sementes colhidas
Do lúgibre residente
Não semeiam outro incidente
Vou deixa-las escondidas

Cristiano Cabral Marques