terça-feira, 31 de março de 2009

A máquina cotidiana

A Odisseia humana

Trabalhar não é viver
Trabalhar não é amar
Trabalhar não é sofrer
Trabalhar para ganhar

Ganhar para ficar sozinho
Ganhar por ficar calado
Ganhar uma taça de vinho
Ganhar para ser roubado

Ser roubado é sustentar
Ser roubado e não fugir
Ser roubado e se matar
Ser roubado por mentir

Mentir para trabalhar
Mentir só para fugir
Mentir e também ganhar
Mentir, simplesmente mentir...

Cristiano Cabral Marques

Esse poema, feito de uma vez durante uma fatídica aula noturna, remete às coisas mais praticadas pelo ser humano moderno na sua vida cotidiana, ou seja, mentira (mesmo que por um bom motivo), roubo (seja você vitima ou algoz), e a relação trabalho-ganho (que ganha muitas vertentes dependendo do caso de como se ganha um trabalho, que trabalho, ou as coisas que são obtidas através disso), culminando tudo entre os valores sórdidos da mentira no último parágrafo.
O soneto exprimiu tudo o que eu estava pensando na hora sobre as controvérsias do comportamento humano perante os seus valores (por isso a troca de valores nas rimas e em boa parte dos versos), foi como uma exposição do sentimento que eu tinha sobre as pessoas no momento. Espero ser compreendido perante isso tudo durante uma segunda leitura desse texto.

Nenhum comentário: