Entre as estrelas do céu (o ato do amor exagerado)

Te ofereci belas canções
Retratos de uma possível vida
Bem mais intensa e florida
Como as mais formosas criações

Pintei longos caminhos de rosas
Tão vistosas que eu nunca vi
E com o meu carinho te escrevi
Versos lindos e belas prosas

Escritos entre as estrelas do céu
De onde roubaste a tua beleza
E eu, caminhando com a tristeza
Até o altar desse mundo cruel

Pintado com as cores da sua apatia
Decorado com gotas de sangue no chão
Com a face fria e uma faca na mão
O seu desprezo marcou o meu último dia


Pois é, nem sempre os relacionamentos ou o destino de quem ama recebem um final feliz. Pessoas se sacrificam, mudam seu jeito de ser e se rebaixam diante da pessoa amada pra no final serem espancadas com palavras negativas de desprezo ou de desdém vindas de alguém que deveria ser tão importante para a sua vida. Os mais românticos dizem que no amor tudo é válido, mas será mesmo? Será que amar alguém vale sua vida, carreira, sanidade ou reputação?
Podemos dizer que essas pessoas que amam excessivamente possuem algum distúrbio ou falta de amor próprio e auto estima, mas como não somos especialistas na área da psicologia, o que nos resta é observar até onde a loucura do amor exagerado pode chegar e como pode se transformar no mais escuro por do sol de uma vida.
Particularmente falando, sou fascinado nesse tipo de história de amor que acaba de maneira trágica, pois a ambiguidade do amor aflora diante de certas circunstâncias que levam o indivíduo rejeitado ou abandonado a cometer certos tipos de atos que, na maioria das vezes, vai contra a sua própria vida. Seja tomando um porre de álcool ou uma dose cavalar de veneno, isso sempre me chamou a atenção pelo fato de ser (na minha opinião) um jeito trágico e ao mesmo tempo imbecil de morrer.
Lembrando que, nem todos os amores são doentios ou prejudiciais à vida, pois o mesmo amor que pode nos trazer a loucura e a depressão, pode nos despertar para outro mundo totalmente diferente e mais leve que o mundo da solidão e antipatia em que vivemos.

Cristiano Cabral Marques