
O romantismo, estilo literário que admiro bastante, possui dentre suas características, principalmente na segunda fase, uma forte ligação com o obscuro e um forte desejo de morte, absorvidas pelo fato do exagero sentimental dos autores. Posteriormente, algum tempo depois, surgiu o simbolismo, que a pesar de possuir características um tanto quanto similares, trata a morte e desgraça de forma mais física, deixando de lado um pouco o sentimentalismo. Nesse poema, tentei puxar características dos spleen (poemas da segunda geração romântica) e de um pouco da estética simbolista.
Asa negra
Asa negra que perturba o meu sono
Me acorda na noite e destroi a minha vida
Não sei qual o monstro que é o seu dono
Só sei que magoas a minha ferida
Quebrando os meus ossos com facilidade
Me deixa isolado nesse lugar frio
Tu és a verdadeira face da maldade
Um olhar tão medonho que nunca se viu
Tu me prendes nas grades desse pensamento
Me enterrando em covas cavadas no chão
Eu fico amarrado e exposto ao relento
E um verme nojento corrói meu coração
Onde todos os rios já viraram lama
E as mais belas flores tem cheiro ruim
Eu fico prostrado, preso nessa cama
Pois tu, asa negra, serás o meu fim
Cristiano Cabral Marques
Nenhum comentário:
Postar um comentário