terça-feira, 10 de julho de 2012

No caminhar dos tempos

Em todos os nomes que esqueci
Existe uma perda que não chorei
No leito em que eu adormeci
Não haviam honras de um rei

Em todas as cartas não enviadas
Existe o doce prazer da essência
Ao destruir as noites caladas
Repatriando os jardins da ciência

Mesmo o silêncio tão revelador
Que entorpece uma noite tristonha
Traz-me o reflexo demente da dor
de quem esquece o amor enquanto sonha

Nem todas as flores que aqui secaram
Brotaram de um pântano tão esquecido
onde as estrelas jamais ancoraram
Exala o perfume de um ardor proibido

Cristiano Cabral Marques

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