Versos tristes e quadros sem cores
E que venham os versos tristes
Acompanhados de quadros sem cores
Esquecidos por meros valores
Imortais como as mil meretrizes
E que venham os caninos sem dono
Impedindo o sono num entardecer
Enquanto o tempo me faz esquecer
Que o silêncio é o senhor do abandono
Que me venham as frias tempestades
Escurecendo as tardes de maior frescor
E para coroar um momento de rancor
O amor destrói as nossas vaidades
E que me venha esse sono profundo
Que desliga a mente e distrai a alma
Pois em um segundo terei toda a calma
De dizer-te adeus e abraçar o mundo
Cristiano Cabral Marques
Uma ode no coração
Anule-me como uma dor tardia
Neste belo dia que se anunciou
E o seu olhar já me denunciou
Para os anjos da alta hierarquia
Me deixe longe dessas alegrias
Que assim como os dias, irão passar
Diante das ondas que defendem o mar
Eu irei afogar as minhas agonias
Assim como o vinho abençoa a mente
Irei de repente distorcer a vida
Que em uma cemente ficou embutida
E depois foi herguida por uma serpente
E agora enquanto o mundo explode
Me libero de toda essa confição
Vou expondo os erros desta ficção
Pois neste coração não existe uma ode
Cristiano Cabral Marques
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