terça-feira, 18 de agosto de 2009

O passar dos dias



Os dias estão passando como uma locomotiva que vem na direção das nossas mentes com um ritmo frenético de uma valsa psicodélica, enfeitada pelas mais belas alegorias de um belo funeral egípcio. As pessoas correm para cima desse trem com o peito aberto e esquecem que, o impacto de qualquer lesão pode provocar uma série de danos que não causam nenhum problema físico, mas pode prejudicar eternamente as nossas almas.
Hoje em dia, crescemos escutando hinos falsos sobre a liberdade, o amor e a felicidade. E mesmo ao envelhecer, ao descobrir que esses requiens são ilusórios, continuamos apegados a falsos e utópicos ideais de vida que nos secam como vampiros acordando depois de anos de fome e sede.
Os sinos das igrejas não inspiram mais devoção e esperança nas pessoas, mas sim relatos desesperançosos e rancorosos de crimes humanos cometidos por homens quase santos, mas só ouvimos ecos sombrios emanando de todos os lados de onde vemos a silhueta bem trajada de homens ditos como mensageiros de Deus.
Cansados de tanta putrefação, ainda temos que nos deparar com o cotidiano que, assim como uma névoa sufocante, ainda se encarrega de cegar os nossos olhos para não vermos o nosso verdadeiro "eu".
Cansamos de esperar por não vermos nada de concreto vindo do futuro;cansamos de amar por querermos sempre algo em troca;desistimos de tudo simplesmente porque o todo oferecido ao nosso mundo é algo reduzido ao nada.
Sim, essa é a bela e ambárica luz que a locomotiva da vida tem para nos oferecer no final desse túnel escuro e frio chamado esperança.

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