terça-feira, 16 de junho de 2009

Uma visão peculiar sobre o amor


Este poema foi tirado do livro Mexico City Blues, do escritor Jack Kerouack(foto), um dos meus autores preferidos. Conheci esse poema hoje e momentâneamente concordo com o que ele diz se referindo ao amor, mas concordo em termos, pois creio que esse tema, a pesar das pessoas terem idéias geralmente parecidas sobre o mesmo, sempre acontecem as diferênças que envolvem duas ou mais pessoas em um mesmo assunto.

Poema 230

O amor é o cemitério populoso da podridão.
O leite derramado dos heróis.
Destruição de lenços de seda pela tempestade de pó.
Carícia de heróis vendados
presos nos postes.
Vítimas de assassinatos aceitas nesta vida.
Esqueletos trocando dedos e juntas.
A carne trêmula dos elefantes da gentileza
sendo despedaçada pelos abutres.
Concepções de rótulas delicadas.
Medo de ratos espalhando bactérias.
A Fria Esperança da Gólgota pela Esperança do Ouro.
Úmidas folhas de outono contra o casco dos barcos.
As delicadas imagens de cola do cavalo-marinho.
Morte por longa exposição à desonra.
Seres assustadores
encantadores
ocultando seu sexo.
Pedaços da essência de Buda congelados e fatiados microscopicamente
em morgues do norte.
Pômos do pênis a ponto de semear.
Mais gargantas cortadas que grãos de areia.
Como beijar minha gata na barriga.
A suavidade de nossa recompensa.

Jack Kerouack

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