
Tristes noites perdidas
As luzes dos postes das avenidas
São tão sofridas quanto os iluminados
Que se sentem esquecidos e deslocados
Nas encruzilhadas das noites perdidas
O silêncio de triste chega a incomodar
E de tão deprimente corta o coração
Das almas vencidas pela frustração
O vazio da noite vem para zombar
Os anjos negros que andam soltos
Dançam revoltos em sonhos sombrios
Sob a melancolia das beiras dos rios
Onde os pensamentos moram em esgotos
E a fria garoa que lava a calçada
Humidece as janelas e os olhos sofridos
Entre a imensidão dos corpos vendidos
E o himem perdido de uma jovem amada
Os ventos espalham folhas jogadas
Deixando doloridas velhas cicatrizes
Fechadas após tempos tão infelizes
O silêncio e o frio são como punhaladas
Se até o céu que abençoa a vida
Deixa uma noite sombria mais deprimente
Alimenta o vazio escuro da mente
E os corações sofridos da esperança perdida
Cristiano Cabral Marques
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