quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sob os confins da noite


Tristes noites perdidas

As luzes dos postes das avenidas
São tão sofridas quanto os iluminados
Que se sentem esquecidos e deslocados
Nas encruzilhadas das noites perdidas

O silêncio de triste chega a incomodar
E de tão deprimente corta o coração
Das almas vencidas pela frustração
O vazio da noite vem para zombar

Os anjos negros que andam soltos
Dançam revoltos em sonhos sombrios
Sob a melancolia das beiras dos rios
Onde os pensamentos moram em esgotos

E a fria garoa que lava a calçada
Humidece as janelas e os olhos sofridos
Entre a imensidão dos corpos vendidos
E o himem perdido de uma jovem amada

Os ventos espalham folhas jogadas
Deixando doloridas velhas cicatrizes
Fechadas após tempos tão infelizes
O silêncio e o frio são como punhaladas

Se até o céu que abençoa a vida
Deixa uma noite sombria mais deprimente
Alimenta o vazio escuro da mente
E os corações sofridos da esperança perdida

Cristiano Cabral Marques

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