Os falsos prazeres humanos
Estou cansado de figurar nas ruas
Caminhar e beijar corpos infelizes
Ter falsos prazeres com belas atrizes
Que enfrentam crises psicóticas nuas
Enjoei de ver o sol se por calado
Esperando por algum consolo soturno
Mergulhar nas águas frias de Netuno
E acordar sozinho, triste e amargurado
Não quero mais visitar ruas sombrias
Que um dia a minha mente tentou esquecer
Pra tentar não surtar, ou enlouquecer
Eu irei afagar a escuridão dos meus dias
Caminhando por becos e estradas calmas
Aquecendo o meu opaco e frio coração
Maquiando os falsos prazeres da copulação
Pois mais que os corpos, agora amo as almas!
Cristiano Cabral Marques
O reflexo de um poeta
Pobre poeta! Cansado e entorpecido
Desacreditado e entristecido
Sem dinheiro e sem direção
Não vê rédias no seu coração
O seu caminhar triste e embriagado
Lembra um guerreiro ensanguentado
Que após perder uma guerra demente
Fica frustrado como um dependente
Que nunca amou nem sentiu ternura
E conta os ladrilhos de uma sepulura
Mas quem será o homem que não ama
E somente sente os ardores da cama?
Pobre de mim! Que fico frustrado
Com esse velho espelho ao meu lado
Vencido por dores e frustrações
O meu reflexo não esboça emoções
Cristiano Cabral Marques
Mais dois poemas escritos com intenções diferentes. O primeiro, o eulirico mostra um descontentamento com a forma das pessoas que o cercam sentirem prazer e o pouco valor que lhes é dado para isso, mas no final encontra outro sentido: A descoberta da "alma", ou seja, o outro sentido para a aproximação com outras pessoas.
No segundo, o que há de mais interessante é a transformação do eulírico no quarto parágrafo, já que nos três anteriores, era um narrador em terceira pessoa, passando depois para a primeira pessoa e deixando claro que a pessoa que é descrita por ele é uma refletição dele mesmo, iniciada a partir de uma visão tida do seu próprio reflexo no espelho.
Análises simples e básicas que podem dar outra conotação ao analisar textos cujos principais detalhes poderiam se passar despercebidos.
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