sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Agonia sobrenatural

Saudades de um amor eterno

De baixo de uma cova não se vê o exterior

Por trás de uma pétala não existe pudor

Que congele os seus sonhos saciando o coração

Por isso me tire, eu preciso da tua mão


Rostos felizes não demonstram a alma

Como corpos perdidos não precisam de calma

Viver num crematório sem o cheiro da dor

Como uma prostituta que conserva o pudor


Somos placas de ruas sem cor e sem nome

Uma raça viril que mata o que come

Só p'ra satisfazer um capricho moral

Ou só alimentar um apetite carnal


Eu quero sentir a embriagues da mentira

Entorpecer-me nesse mar de safira

Onde todos dizem ser alguém normal

E as pessoas só querem vender o seu mal


Quero sentir novamente essa dor sombria

E levar você pra o final do meu dia

Para te banhar em navalhas brilhantes

E eternizar os nossos últimos instantes


Seremos um eclipse de excitação e de medo

Uma breve lua cheia avistada mais cedo

Basta me beijar, vamos, se concentre.

O seu coração será o meu ventre


Cristiano Cabral Marques

Um comentário:

Patrícia disse...

Nossa! Adorei Cristiano, muito bom!
Intenso, voraz e verdadeiro. Parabéns!