Saudades de um amor eterno
De baixo de uma cova não se vê o exterior
Por trás de uma pétala não existe pudor
Que congele os seus sonhos saciando o coração
Por isso me tire, eu preciso da tua mão
Rostos felizes não demonstram a alma
Como corpos perdidos não precisam de calma
Viver num crematório sem o cheiro da dor
Como uma prostituta que conserva o pudor
Somos placas de ruas sem cor e sem nome
Uma raça viril que mata o que come
Só p'ra satisfazer um capricho moral
Ou só alimentar um apetite carnal
Eu quero sentir a embriagues da mentira
Entorpecer-me nesse mar de safira
Onde todos dizem ser alguém normal
E as pessoas só querem vender o seu mal
Quero sentir novamente essa dor sombria
E levar você pra o final do meu dia
Para te banhar em navalhas brilhantes
E eternizar os nossos últimos instantes
Seremos um eclipse de excitação e de medo
Uma breve lua cheia avistada mais cedo
Basta me beijar, vamos, se concentre.
O seu coração será o meu ventre
Cristiano Cabral Marques
Um comentário:
Nossa! Adorei Cristiano, muito bom!
Intenso, voraz e verdadeiro. Parabéns!
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