quarta-feira, 30 de abril de 2008

Gostaria de começar aqui uma lista de poemas que fazem parte da minha vida e possuem um significado mais que especial pra mim.
No 2º ano do ensino médio ouvi o professor recitar um poema que realmente mudaria a minha visão perante a literatura e poesia; tratava-se de "Versos íntimos", de Augusto dos Anjos.Tive um choque como alguém poderia escrever algo com tanta desesperança e termos ciêntíficos e clínicos.
Depois que notei isso, que me bateu uma verdadeira vontade de ir atrás de autores do mesmo estilo e época, e de escrever, já que eu descobrira que poesia ou poemas não se restringiam a falar somente de um tipo de belesa, amor, ou coisas que fossem intocávéis, mais sim achar belesa eu qualquer coisa que se fosse adimirada ou contemplada.
E após eu ler "eu e outras poesias", descobri que o meu leque de temas e de belesas poéticas podia e deveria ser bem mais amplo que eu sonhara um dia.
Por isso posto esse poema, pela importância e carinho que possuo com esses verso a que um dia viraria até um fora dado por mim em uma pessoa que não me retribuia, mais que não significaria, nem acrescentaria nada demais à minha estadia terrena (como quase sempre).


VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos

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